Diferentes gerações de mulheres movidas por uma paixão: a pecuária

Para algumas, os desafios de comandar uma propriedade rural sendo mulher começaram há alguns anos. Para outras, esse é um novo universo a ser explorado. A verdade é que, independentemente da geração, elas vêm conquistando seus espaços na pecuária. Dados do último Censo Agropecuário (2017) apontam que o público feminino é responsável por administrar 30 milhões de hectares. Entre as proprietárias, 50% das atividades econômicas estão relacionadas à pecuária e criação de outros animais. Mulheres que, como a branguista Beth Torelly, vêm deixando um legado no setor e contribuído com a expansão dos rebanhos brasileiros.

Nascida e criada no campo, Beth é uma das proprietárias da Estância Sociedade, de Santana do Livramento (RS). A criadora acumula 40 anos de história na pecuária e garante que viver em um setor com predominância masculina tem seus desafios. “Tem seus desafios, tem. Mas eu me realizo naquilo que eu faço”, sinaliza. Essa paixão pela lida foi despertada quando criança, época em que acompanhava a família no campo - fosse para passar as férias ou conferir a invernada (expressão regional para grandes áreas de pastagens destinada à fase da engorda de animais).

Segundo Beth, jovens que pretendem dar continuidade ao trabalho da família, ou então, iniciar seu próprio negócio, devem, principalmente, acreditar na sua capacidade. “A vida é um eterno aprendizado. Então, meu conselho é: olhe, seja curiosa e busque. Aprendi muito, estou ainda aprendendo e tenho muito ainda a aprender”, destaca Beth, que administra a fazenda com o esposo Jorge Flores Torelly. A propriedade trabalha com genética Brangus desde 1997.

Para a branguista Isabela Zamboni, o dia a dia de quem comanda uma propriedade rural tem seus obstáculos. “Como mulheres, sabemos que não é fácil. Tenho muito apoio da minha família e determinação para cada dia ir ocupando meu espaço”, afirma. A jovem é proprietária de uma das áreas de criação da família em Campo Grande (MS), a Fazenda Tradição. “A presença da mulher na pecuária vem com um olhar mais sensível, buscando soluções para facilitar a vida no campo com o aumento da produtividade, preservação do meio ambiente e cuidado aos animais”, aponta.

Neste cenário, Isabela inspira-se em mulheres que há anos vêm marcando espaço na pecuária. Uma delas é a amiga da família Zamboni, a criadora Rita Ferreira. Após a perda do marido, ela começou a tocar a fazenda sozinha. “Apesar dos diversos desafios, ela conseguiu conquistar seu espaço na área e hoje é referência”, acrescenta.

Crédito da foto: Jorge Flores Torelly

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