Friboi: primeiro passo para integração da Swift
Com a emissão de ações, a empresa pretende captar recursos para investir na Swift - que possui alto endividamento e baixa margem Ebitda - e, desta forma, permitir a união das duas companhias sem prejudicar seus próprios resultados. Hoje, ambas são controladas pela J&F mas possuem operações separadas. Em 1º de julho, o conselho de administração da empresa aprovou a recomendação do investimento pelo Friboi na Swift.
A compra da empresa, anunciada no final de maio, está sendo financiada com um desembolso de US$ 400 milhões da J&F e uma emissão, em nome da Swift, de US$ 1 bilhão em dívida no exterior, sendo US$ 400 milhões com bancos e US$ 600 milhões com dois bonds.
Procurada pela Agência Estado, a companhia não comentou a operação. Mas, para um analista de mercado, informou que metade do dinheiro captado na nova emissão será usada pelo Friboi para pagar R$ 800 milhões à sua controladora J&F, que hoje detém o controle da Swift. Este valor equivale aos US$ 400 milhões pagos pela J&F na aquisição. Os outros R$ 800 milhões obtidos no aumento de capital seriam utilizados para reforçar o capital próprio da companhia, que sofrerá o impacto negativo da incorporação da Swift.
Por ser uma emissão privada, voltada para os atuais acionistas da empresa, existe no mercado um receio de que não haja a adesão esperada pela companhia, especialmente no exterior, devido aos preços mais elevados dos papéis. No IPO do Friboi, em março, os papéis saíram a R$8; desta vez, o preço será de R$ 8,15. De acordo com fontes do mercado, é possível que a empresa encontre algum parceiro estratégico para comprar as ações. Segundo comunicado divulgado pela empresa, o acionista majoritário poderá ceder parte ou a totalidade de seu direito de preferência a um ou mais terceiros.
A companhia pretende ainda convencer detentores de papéis de suas dívidas a aceitar uma mudança no cálculo de seu endividamento, excluindo o montante devido pela Swift. A intenção da empresa é manter preservados estes contratos mesmo que sua dívida ultrapasse o teto estipulado nos papéis. De acordo com comunicado divulgado ontem pela empresa, "o objetivo da mudança é realizar a aquisição da Swift sem incorrer em limitações operacionais adicionais nos principais contratos financeiros".
O comunicado informou ainda que o conselho de administração da companhia aprovou no último dia 8 o lançamento do processo de solicitação de consentimento (que permite mudança nos critérios de dívida) aos detentores dos títulos com vencimento em fevereiro de 2011, no valor total de US$ 275 milhões e dos detentores dos títulos de dívida com vencimento em agosto de 2016, no valor total de US$ 300 milhões.
Fonte: Agência Estado